terça-feira, 26 de julho de 2011

CAPINZAIS – PEDREGAIS


Capins crescem no pé
das pedras que não caem mais.

Pedreira,
onde granitos foram quebrados
em mil “porretais”.

Sim, os capins crescem
como um gracejo de vida !

Carros passam pela frente e por trás,
olhando hoje a paz sem vida que invade os capinzais,
e embalam fúrias de solo rachado e perdido,
dos sombrios pedregais.

Nota do autor.
“Nas pedreiras abandonadas, as pedras se confundem com os capinzais.”
                                    

domingo, 17 de julho de 2011

ROSTOS E RESTOS DE ROSTOS


De manhã,
ao despertar,
como sempre, posso ver,
rostos, rostos e mais rostos,
sem cessar.

Preciso dormir,
quando a noite chegar,
para não sentir,
para não olhar,
rostos em cada lugar.

Mas, mesmo assim, a me fitar,
surgem restos de rostos,
vazios rostos, em meu sonhar.

Penso que não há nada tão fascinante, sedutor, embriagador do que o rosto humano com suas, podemos dizer, infinitesimais expressões e, consequentemente, impressões deixadas. Vale a pena sempre observá-lo, independentemente de sentimentos que dele possam advir.  

Roberto Armorizzi