sexta-feira, 2 de maio de 2025

EMPREGO

 

De  manhã,  sem alarde

Vou,   feliz,  ao  labrego

Pois  eu  quero,  à tarde

Só fartar-me ao lamego



PREGUIÇA

 

No andar aos mormaços

Fazem-se  escassos

E   sem  laços

Os passos



UM LEVE AZUL

 

Jamais   quero   em   minha  vida

Ser quão  fundo  de um  baul

Quero   a  onda  refletida

Em  perfil  de luz azul



segunda-feira, 21 de abril de 2025

CONJECTURA

 

Às vezes, tenho a impressão de que o suposto passado avança para o provável futuro, e este retorna àquele, como partículas subatômicas que surgem e desaparecem, permeando o atemporal teatro cósmico chamado presente.  


 

POESIFORMAS

 

Escrevo    não-poesia

De  modo  abnorme

É a  minha  ousadia

Ao  susto poesiforme



Obs. "Poesiformas" é o título de um pequeno livro de poemas que publiquei há alguns anos (acho que foi em 2009) pela Corpus Editora, Porto, Portugal.


quinta-feira, 17 de abril de 2025

ALUCINAÇÃO

 

Luz mirante, vem supina,

Tinge o mar, brilha neblina.


Vem de longe, chuva fina,

E a noite não termina.


Grande onda, não é pura,

Água é como tinta escura.


Por cilada, a voz urge,

À distância, grita e turge:


Pesadelo de aventura!

Vem o barco da loucura!

sábado, 5 de abril de 2025

AMOR, BEM DA VIDA

 

Beba-se, límpido, o licor

Coma-se,  nutridor, o sande

Para   que  volte  o  amor

Em cada alma que ora se expande