Pesada,
Segue, trafegada,
Dia e noite, irada.
Estrada,
Entre amor e espada,
Rompe a madrugada.
Em tardes tão ensolaradas
Há figuras que não vejo no céu
Mas depois elas viram lindas fadas
E mostram luzeiros pela noite sem véu
Em criança, era sempre assim
Eu, à tarde, ouvia o Crispim
Que ora escuto cantar para mim
Na jaqueira do Seu Serafim
Amanhã não sei se voltará
Ou se vai para o lado de lá
Mas espero por ele aqui
Quero ouvir o cantar do Saci
Barco à deriva
Verdade perdida
Ou mera renúncia sentida
Sem leste e oeste, nem sorte
Só ventos de sul e de norte
Barco à deriva
Triste expectativa
De medo e dor corrosiva
Que mostra amor sem suporte
Do um mar que projeta a morte