quinta-feira, 30 de junho de 2011

O SER-EM-SI


Será que serei?
Será que seremos, sei,
serei’o que são?

Nota do autor.
“Só serei quando ser, for.”
                                      

REPRISE


Gárgula, fascinante crápula
no auge de sua dor estética,
vive trepado no templo,
sem que o céu o veja
mirando o mundo de então,
com olhar de crise.

O diabólico ser,
o que poderia querer,
ao escalar parede
de sublime monumento,
debulhando-se em prantos,
ao deixar escorrer as águas
nas calhas de seus desencantos?
Mostrar finos seus grosseiros mantos?
Mera reprise,
gárgula a fazer de seu mundo, release.

Roberto Armorizzi

segunda-feira, 13 de junho de 2011

VAGA MARÉ


Mar,
sob o grato céu
visível, crível e sem par;

mar,
linha  ondeva , que busca
a forma de um mundo,
em seu amplo findar;

oceano,
vasto e úmido espaço,
que pensa, pelo mundo, avançar;

mar, maríssimo amor
de luz, de céu, ... de mar.

Nota do autor.
"É este o mar que sempre espero."
i

quarta-feira, 8 de junho de 2011

DO OURO AO ALGODÃO

Por que é difícil
suspender pedacinhos
de algodão,
quando seu peso
encontra, no amor,
ostentação?

Por que é tão fácil
suspender toneladas
de ouro,
quando esta leveza
encontra, no desamor,
sublimação?

Algodão e ouro:
verdade e tesouro ...

Nota ao autor.
“Esta dualidade aparenta ser imperfeita e, ao mesmo tempo, perfeita.”