REFLEXÃO

 "Acredito que ninguém pode ser tão só racional ou somente emocional, uma vez que, tanto razão como emoção, são como dois pratos de uma balança responsável pela exclusividade do equilíbrio humano."

NÃO PRECISA DE TÍTULO

 Polinômios

Trazem encômios

Ou pedem manicômios ...

PRINCÍPIO DA INCERTEZA

De balde em balde
Pode-se ir ao útil
ou ao debalde

NÃO TEM NOME (nem este)

 Poder se emocionar com o próprio poema é forte traço do que é ser poeta.

NÃO TEM NOME (nem este)

Para o carro

Mudo, sem gasolina

Na dor da esquina

PRAÇA DA APÓCOPE

Nuvem, pó, o olho embaça!

Sol mordaz vem, pela e assa

Torvo é vento que não passa

Chora em fogo, mui, a praça

EIS UM POEMA QUE É TÃO FORA DE SENTIDO QUANTO FUMAR

Para largar o cachimbo

Pense em carimbo

Para sair do charuto

Finja um luto

Quer descartar o cigarro

Venda seu carro

REFLEXÃO

 "Se um dia eu ficar convencido de estar livre de dúvidas, aí sim, vou estar certo de que terei perdido a razão."

DOIS LADOS

Vivo, útil

Belo, fértil

Sério, dúctil

Ou ...

Vago, inútil

Baixo, ceitil

Amor fútil

INFINDO DESEJO

Com pernas e braços assim

Cansados de bem e pesos

Em busca de frutos acesos.

LUZ DIFUSA

 Não quero ser isto ou aquilo

Mas sim perceber todo estilo

De quem se dispersa ao estar

Em frente à luz de um olhar

AMOR E FUMAÇA

O amor
Pode ter nua vaga
Num des-vago vagão
Parte fria e antiga
De uma des-composição

O amor
Pode ter forte carga
De fumaça e carvão
Um jargão que fuliga
Desidério coração

O amor é uma briga
Ora sim ... Ora não ...

LÁGRIMA ÍNTIMA DE UM POETA

 

Que é eu em si
Em poesia?

Força intrínseca
Que não quer mais ser de fora
Ou Narciso que, lá dentro
O longe, ancora?

É véu onírico
Portal de espírito
Ou imagem
Que o sorriso ignora?

Sem acaso, surge a hora
Que este poeta vem e chora.

QUARTA DIMENSÃO

Amor é sutil dimensão

O mundo, terceira ilusão

Amor, elevado, quer dar

A todos, seu próprio lugar

Amor não obriga a não ir

É mais que poder ir e vir

Passivo em seu mero findar

Mas pronto a recomeçar.